Diário de Bordo do Grupo Arte Simples de Teatro. Sobre a pesquisa e linguagem do grupo, relatos e informações sobre a Residência Artística que realiza na comunidade de Heliópolis desde Março de 2009.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

APRESENTAÇÃO DO DIA 24 DE MAIO - EMEI ANTONIO FRANCISCO LISBOA

E hoje voltamos à EMEI ANTONIO FRANCISCO LISBOA, onde fomos tão bem recebidos na semana passada.

Há alguns dias atrás escrevemos aqui no blog uma reflexão sobre os professores, coordenadores e diretores das escolas em que nos apresentamos.
Durante o dia de hoje pudemos confirmar o que uma boa administração, carinho, cuidado e dedicação podem fazer por uma escola.

A escola, impecável, em vários fatores: Limpa, organizada, com uma linda sala de brincar, toda equipada, um cardápio variado para a alimentação das crianças, professores cuidadosos e carinhosos... E uma coordenação super atenciosa e dedicada conosco.

Os professores participaram ativamente dos espetáculos, cuidando das crianças, deixando-as livres para interagir, acompanhando a história...


E após o espetáculo, muito carinho com o grupo por parte da coordenação da escola, nos sentimos em casa e super bem recebidos.
Para nós é uma alegria imensa, sentirmos que somos valorizados, que nosso trabalho pode fazer alguma diferença no dia da escola, dos alunos e dos professores, coordenadores e direção.

Saímos de lá com a sensação de que éramos importantes, que o teatro é importante. Essa é a melhor sensação que há! 

E um outro fator super estimulante foi a interação com o espaço de uma escola infantil, tudo estava combinando: o colorido da escola com o colorido de nossos figurinos e cenário... A nossa pesquisa baseia-se, entre outras coisas, em sempre interagir com os espaços das apresentações, tornando qualquer lugar propício para um espetáculo de teatro, além de nos utilizarmos de todos os elementos do local para compor nossa história... Quantas cores!


quinta-feira, 20 de maio de 2010

APRESENTAÇÃO DO DIA 17 DE MAIO - EMEI ANTONIO FRANCISCO LISBOA

Quanta saudade estávamos de nossa platéia pequenina. Pequenina não de quantidade, pois tivemos quase cem crianças nos assistindo hoje. Mas sim pequeninos de idade, pois tinham de 4 a 5 anos.


Idade onde a imaginação voa, os coloridos dos figurinos lhe enchem os olhos, a atração pela Princesa cor de rosa é hipnotizante.

Depois de tanto tempo sem nos apresentarmos para essa idade, o grande desafio: Manter o nível de energia da peça, fazê-los entender a história, interagir ludicamente, diminuir o tempo dilatado de algumas cenas...

Esse frio na barriga do inesperado (será que irão gostar, acompanhar até o final, entender, se assustar, interagir???) é um combustível delicioso.

Um fato curioso que mostra que tivemos um dia delicioso e intenso nessa escola é a de alguém (misteriosamente não detectamos qual pequenino) com muita vontade de fazer xixi, mas que para não perder a história fez na calça mesmo, molhando os tapetes de EVA que serviram de lugares de platéia!!!


No final... Muitos abraços apertados dos pequenos, um carinho que para ser devidamente aproveitado e recíproco, demandou muitos agachamentos dos atores para ficarmos no mesmo nível de altura... (risos)

A maior beleza dessa idade é a facilidade de entrar/viver no mundo do sonho, da fantasia, do imaginativo. Acreditam como ninguém naquilo que está diante de seus olhos: Era um vez, um lugar, uma cidade, um país, um Reino...


sábado, 15 de maio de 2010

APRESENTAÇÃO DIA 10 DE MAIO - ANEXO DA EMEF LUIZ GONZAGA



Reflexões.... (Por Tatiana Rehder, diretora)

"Hoje o assunto da minha reflexão é a escola, em especial as escolas municipais, onde nosso grupo excursiona com a peça semanalmente.
 
Desde que começamos o projeto de residência artística em Heliópolis, a grande maioria nosso público vem das EMEFS, EMEIS, CEUS e não raras vezes as CEIS.
Para quem não conhece, EMEFS são escolas de ensino fundamental, EMEIS são pré-escolas, CEUS são centros unificados e CEIS são as creches para crianças de até 04 anos.
 
Já comentei sobre esse assunto com várias pessoas e aqui no blog acho que a primeira vez: Reflito sobre o funcionamento das escolas municipais de São Paulo que temos visitado, e posso dizer que há qualidade em relação à estrutura, ao material e ao funcionamento; incluo também a parte de alimentação, pois tive a oportunidade de almoçar muitas vezes nas escolas.

Mas o grande diferencial destas escolas está nas mãos (condução) do diretor e em seguida nas mãos de cada professor.
É impressionante como a postura de um diretor e de um professor podem mudar o perfil de aprendizagem de cada aluno; não digo em relação a parte técnica de cada professor ou diretor, já que não temos contato direto com essa parte, mas sim em relação à parte humana.

Sempre somos muito bem recebidos pelas escolas, desde o dia em que vou agendar a peça como no dia da apresentação, porém é durante as apresentações que podemos ver o professor HUMANO, aquele que está  ao lado dos seus alunos
compartilhando o momento de assistir à uma peça de teatro. É emocionante ver quando professor e aluno “jogam” juntos o jogo da aprendizagem.
Isso pra nós é muito claro. quando vemos o professor que senta junto com seus alunos para assistir e os que se sentam separados e só lembram dos alunos quando é para dar alguma bronca ou chamar atenção e pedir silêncio e ordem.

A nossa peça foi feita para a criança interagir, dar sua opinião durante o espetáculo, e se quiser, mudar o rumo da história. A grande atração da peça é a platéia e não os atores. Pensamos numa estrutura em que aconteça uma cena em cada lugar da platéia, pensamos na rapidez das informações que a criança recebe hoje em dia através da internet, pensamos muito em como a linguagem teatral pode ter esse mesmo ritmo alucinado. Colocamos isso em prática e o resultado é o mais gostoso de se ver. Muitas vezes adultos que assistem a peça em Heliópolis comentam que o melhor da peça é ver a reação da platéia.


Por essas razões, aqui segue um alerta: Professores, abram os olhos! Joguem o jogo da aprendizagem junto com seus alunos!
É muito emocionante quando presencio esse jogo aluno-professor! É único! É uma experiência para a vida toda!"



segunda-feira, 10 de maio de 2010

APRESENTAÇÃO DIA 03 DE MAIO - EMEF LUIZ GONZAGA



Depois de um mês nesse espaço, nos despedimos. Um espaço grande, refeitório, com um palco. Espaço que possibilitou diversas movimentações e interações diferenciadas. Podemos dizer que esse tempo de um mês na mesma escola nos proporcionou até uma "rotina" na preparação, pois já sabíamos onde ficaria o cenário, por onde nos movimentaríamos, aonde seria o nosso "camarim". Isso não deixa de ser atípico em nossa trajetória em Heliópolis, pois a surpresa, o acaso e a resolução imediata de encenação são algumas características do nosso trabalho por aqui.

Bom, hoje teríamos pela primeira vez uma verdadeira BANDA em cena: dois músicos, Fábio e Eugenia, e seus múltiplos instrumentos, convencionais e não-convencionais. Imaginem a força de dois violões, dois cajons (intrumento de percussão) duas vozes, inúmeros aparatos de percussão. Imaginem a barulheira boa, a energia altíssima em que a platéia foi recebida.

Os alunos já estavam em polvorosa e a banda, com sua música alta e vibrante, só fez aumentar. O resultado disso foi uma peça vigorosa, cheia de energia, uma platéia atenta e ao mesmo tempo dispersa, porém sempre com os olhos na peça. Platéia que reagiu a todos os momentos da peça, seja opinando, gritando, cantando, batendo palmas, vaiando, se levantando... Pareciam que iam explodir de tanta energia! Muita interação, muita interação, muita interação...
Para os atores é como se o dobro de energia tivesse que ser utilizado, seja para nos equiparar em termos de energia com a platéia, seja para sermos ouvidos, aumentar o volume vocal... É um turbilhão, um misto de alegria por estarmos "tocando" tanto a platéia, com uma pitada de desespero, um sensação de "socorro, minha voz não vai chegar!" 
Ao final, uma alegria imensa e um cansaço sem igual... (alguém viu a placa do caminhão que nos atropelou???)

Hoje, sensação de dever mais que cumprido. Platéia boa é platéia bombando! e bota bomba nisso!!!



sábado, 1 de maio de 2010

APRESENTAÇÃO DIA 26 DE ABRIL - EMEF LUIZ GONZAGA

Segunda-feira, dia 26 de Abril e a primeira notícia que recebemos quando chegamos à escola  é de que a peça só começaria as 14h30 devido à reunião dos professores. Normalmente as apresentações se iniciam as 13h30.

Com isso tivemos bastante tempo para arrumar o espaço, montar o cenário, nos preparar. Este tempo trouxe uma concentração muito grande para todos, gerando calma e muita atenção na hora da peça. O jogo rolou super bem entre todos os atores e o ritmo das cenas estava em cima. Era gostoso de ver como todos estavam se divertindo muito com seus personagens e isso reflete na atenção que a platéia mantinha durante toda a peça. Eles estavam atentos às cenas, à história, totalmente envolvidos com tudo que acontecia ali, naquele refeitório - que se transforma em reino.

Os atores estão livres em cena, é tão bonito de ver, é incansável ver o espetáculo A FESTA. Cada apresentação se descobre mais do texto, dos atores, da platéia. É um conjunto envolvente que só faz ter a cada dia mais e mais vontade de voltar e continuar.

Neste dia haviam vários professores assistindo a peça. Como eles se divertiram, se envolveram! Assim como todas as crianças ali presentes. A interatividade levada pelo grupo fascina e faz com que cada um ali seja parte, seja personagem daquele reino.

As crianças vibraram junto com o Cirilo, com a história dele, emanaram toda a sua energia pra cena! Foi maravilhoso!

É uma honra e um prazer levar a peça pra esta platéia, para Heliópolis.

Evoé, jovens a vista!
 
TEXTO DE EUGENIA CECCHINI , MUSICISTA DA PEÇA.