Diário de Bordo do Grupo Arte Simples de Teatro. Sobre a pesquisa e linguagem do grupo, relatos e informações sobre a Residência Artística que realiza na comunidade de Heliópolis desde Março de 2009.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

MATÉRIA COMPLETA DO JORNAL DA TARDE



ÍNTEGRA DA MATÉRIA DO JORNAL DA TARDE DE 15 DE ABRIL DE 2009
CADERNO VARIEDADES


CLIQUE NA IMAGEM PARA LER A MATÉRIA OU LEIA ABAIXO.


REPORTAGEM DE GILBERTO AMENDOLA


Apesar da recente urbanização de Heliópolis, os 100 mil habitantes da região continuam sofrendo com a falta de espaços culturais. Para assistir a uma peça de teatro, por exemplo, o morador tem de se deslocar ao centro de São Paulo ou a municípios vizinhos, como São Caetano e Santo André, no ABC paulista.
Consciente desta realidade, o Grupo Simples de Teatro decidiu “excursionar” por Heliópolis, apresentando-se em escolas e espaços públicos. Além disso, já realiza oficinas de arte e planeja montar o 'Jardim das Cerejeiras', um clássico de Tchekov (escritor russo), no meio da favela. Tudo isso sem um tostão de dinheiro público ou apoiadores privados. “Decidimos primeiro pôr o projeto de pé. Só agora estamos correndo atrás de patrocínio”, diz a diretora do grupo, Tatiana Rehder.

O Jornal da Tarde foi acompanhar a apresentação do espetáculo "A Festa" na escola Municipal Campos Salles. A peça, que conta a história de um reino onde não é permitida a entrada de crianças, foi concebida para ser levada a cidades do interior maranhense - onde a população também não tem acesso à salas de teatro. “Mas a crise fez o projeto ser adiado. Então, resolvemos adaptá-la a um local que também sofria com a falta de programas culturais”, diz Tatiana.

Antes da apresentação, a tarefa parecia impossível. As crianças de 7ª e 8ª séries estavam cheias de energia e vontade de correr, gritar e brincar. Como ficariam sentadas, prestando atenção em uma peça de teatro? "O segredo para captar a atenção delas é ter uma linguagem dinâmica. Se você deixar a bola cair, perde o público. Por isso, a música é importante", diz o diretor musical, Fábio Freire. "Precisamos passar a energia de uma partida de futebol", completa o ator Humberto Deliberato.

O início do espetáculo foi, de fato, difícil. O burburinho das crianças encobria os diálogos. Mas, aos poucos, os atores e seus personagens criaram empatia com os meninos e as meninas. De repente, era comum ver alguns respondendo, espontaneamente, aos monólogos dos personagens. "As crianças conversam com a gente, respondem, dão dicas do que devemos fazer. Isso é bonito", diz a atriz Andréa Serrano.

Depois de uma hora, as crianças e os atores pareciam realizados. "É muito louco. É da hora. Quero assistir mais teatro", falou Denílson Jesus, de 13 anos. "Tudo foi legal. Já assisti a outras peças, mas esssa aqui foi a melhor", elogiou Camila dos Santos, de 12.

O Grupo Simples de Teatro vai continuar percorrendo escolas e espaços públicos de Heliópolis. Nas oficinas, os moradores da região aprenderão todos os passos de uma produção teatral. “Queremos que os moradores se integrem e participem com a gente”, afirma Tatiana. No ano que vem, sai o clássico de Tchekov. “Teremos a participação dos moradores”, completa. Quem quiser acompanhar o passo a passo do grupo pode acessar o blog www.gruposimples.blogspot.com.

Um comentário:

Maria Rehder disse...

Tatiii, que lindo o texto do Giba, que lindo o trabalho de vocês...Sinto muito orgulho de ser parente do Grupo Simples de Teatro!!
MERDAAAA!!!!!