Fazia tempo que não nos apresentávamos para poucas pessoas. Hoje tivemos um público de 30 pessoas, compostos por crianças, adolescentes e educadores do Centro Santa Edwiges.
Como sempre falo, é sempre uma emoção nova quando chegamos a um local desconhecido para nós. E nessa apresentação teríamos mais uma emoção: a presença no elenco do queridíssimo ator João Manetti, que participou do espetáculo e contribuiu com toda a sua energia e alegria.
A apresentação de hoje foi "estranha". Ainda estávamos com o registro vocal do teatro Paulo Eiró e durante toda a peça, gritávamos o texto. As vezes ficamos tão condicionados com fazer a peça num registro vocal e corporal alto, que nem percebemos o óbvio: a platéia era pequena, estávamos bem perto deles, a acústica do local era de eco; ou seja, não havia a necessidade de gritar e usar a energia de maneira tão intensa.
Ficou claro que é preciso sempre trabalhar corpo, voz e interação de acordo com o local e com a platéia. Esse é o nosso trabalho primordial, porém as vezes entramos no automático e esquecemos dessas coisas essenciais.
Mas nenhum desses fatores impediu que a apresentação fosse boa. Ao final, muitos abraços e carinhos, principalmente das crianças, que ficam encantadas com os personagens. Os adolescentes possuem uma outra postura, mais crítica, mais desconfiada. Mas sentimos que eles gostaram da história e principalmente gostaram da nossa presença, de terem feito algo diferente no dia, assistiram uma peça.
As vezes penso que em alguns locais a nossa função é essa: trazer um respiro, uma novidade, uma atividade que os tire do cotidiano.
E os encontros, que só o teatro proporciona, é que são o nosso combustível e nosso alimento...
Nenhum comentário:
Postar um comentário