Segundo dia de espetáculo. Todo o Elenco e direção reunidos em frente à quadra da UNAS, local da estréia, para fazer o transporte do cenário para o CCCA Heliópolis, local da apresentação do dia. Apenas uma hora para arrumar a sala onde seria feita a peça, colocar figurinos, arrumar o cenário, fazer maquiagem, aquecer corpo e voz... e num piscar de olhos sentimos a energia, os corações pulsando e olhos ávidos de 65 crianças e adolescentes. O elenco, numa eterna sensação de corda bamba, sente-se VIVO. Vivo pois aquele momento de total interação é único, independe de roteiro e texto e conta apenas com a energia e troca do momento para acontecer.
Erros e acertos! O encontro é tão vivo e próximo que podemos sentir instantaneamente o que a platéia sentiu e pensou em cada cena, em cada pensamento da peça, em cada ação dos personagens.
Para nós, atores, não há nada mais prazeroso e amedrontador do que o encontro com a platéia. Olhares, palavras ditas, risadas, vaias, idéias: É a platéia que faz um novo espetáculo a cada dia. Nós embarcamos para onde quiserem nos levar. É uma mistura de medo, alegria. É saltar no desconhecido. O que aquece nossos corações é saber que saltamos mesmo e que lá embaixo, aliás, ao nosso lado, junto conosco, está a platéia para nos acolher.