Diário de Bordo do Grupo Arte Simples de Teatro. Sobre a pesquisa e linguagem do grupo, relatos e informações sobre a Residência Artística que realiza na comunidade de Heliópolis desde Março de 2009.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

BALANÇO GERAL - 02 MESES DE TEMPORADA



BALANÇO DE 02 MESES DE TEMPORADA DO ESPETÁCULO " A FESTA" EM HELIÓPOLIS:


- 22 DE MARÇO DE 2009 - ENSAIO QUADRA DA UNAS: 45 espectadores
- 24 DE MARÇO DE 2009 - ESTRÉIA QUADRA DA UNAS - 215 espectadores
- 31 DE MARÇO DE 2009 - CCCA HELIÓPOLIS - 75 espectadores
- 07 DE ABRIL DE 2009 - ESCOLA CAMPOS SALLES - 275 espectadores
- 14 DE ABRIL DE 2009 - ESCOLA CAMPOS SALLES - 190 espectadores
- 28 DE ABRIL DE 2009 - CCCA SACOMÃ - 40 espectadores
- 05 DE MAIO DE 1009 - CEU BRISTOL - 145 espectadores
- 12 DE MAIO - CEU BRISTOL - 155 espectadores
- 19 DE MAIO - CEU MENINOS - 375 espectadores
- 26 DE MAIO - CEU BRISTOL - 115 espectadores

TOTAL - 1630 PESSOAS ASSISTIRAM AO ESPETÁCULO EM 02 MESES DE TEMPORADA.

APRESENTAÇÃO DE 26 DE MAIO DE 2009 - CEU BRISTOL


Nos apresentamos para 115 crianças, das 5ªs séries do CEU BRISTOL. Foi maravilhoso! A platéia estava com muita energia e nós também. Foi uma das apresentações que mais houve interação.

Em um momento do espetáculo, o personagem Blacaman precisa encontrar um presente para a Princesa. E foi nesse momento que houve uma interação genial: a platéia começou a dar idéias e entregar seus pertences para Blacaman dar de presente para a Princesa, tiraram seus tênis, relógios, brinquedos, cadernos, canetas...

É muito bom ver como a platéia mergulha no espetáculo e compra a idéia da história! É uma delícia para nós, atores, ter perguntas respondidas, reações verdadeiras, risos, vaias...

Hoje escutei de uma atriz, Déa Serrano, que agora fica impossível não buscar na platéia a energia da peça. Eles são nossos cúmplices, fazem parte do espetáculo, sem eles a peça seria sem graça. Não há a chamada "Quarta parede" (onde os atores não consideram a platéia como participantes, somente como espectadores, não há troca). Pelo contrário: nessa peça não há parede nenhuma!!!!

As crianças queriam tanto participar que saíram de suas cadeiras para sentar no chão, mais próximos de nós... Vocês não sabem como essa sensação é maravilhosa.



Presentes da platéia: Tênis, cadernos, canetas...

Interação

Agradecimentos finais

Platéia animada

Animação e aperto na coxia

Elenco e equipe reunidos

terça-feira, 26 de maio de 2009

quinta-feira, 21 de maio de 2009

APRESENTAÇÃO DE 19 DE MAIO 2009 NO CEU MENINOS - RELATO DE UMA DIRETORA EMOCIONADA







Essa foi nossa primeira apresentação em um teatro, com palco Italiano (onde a platéia fica de frente para o palco, distanciada). Desde que marcamos essa apresentação, confesso que estava receosa, pois teríamos que fazer ensaio com luz, marcação de palco, enfim... Toda a rotina que nós nunca tivemos nessa peça e que não escolhemos para essa trajetória (pois nosso espetáculo sempre é apresentado em espaços não-convencionais, como salas de aula, refeitórios, quadras de esporte etc).

Há semanas atrás, quando fui ao CEU MENINOS e descobri que lá nossa apresentação seria num teatro convencional, tentei imediatamente convencer a coordenadora de que poderíamos “inovar”, apresentando na quadra ou “inovar mais ainda”, apresentando ao ar livre perto da piscina ou “não inovar” e apresentar num salão. Mas de nada adiantou, a coordenadora insistiu que a peça deveria ser no teatro.

Voltando para casa no mesmo dia, percebi que era pura insegurança minha, já que a pesquisa do grupo é levar a nossa peça aonde o público está e não onde queremos que ele esteja para o nosso conforto.

Até que chegou o dia da apresentação. Já havíamos feito um ensaio no palco e fizemos mudanças de marcações. Então juntei os atores uns 5 minutos antes das portas abrirem para platéia e pedi para que eles tentassem não “fechar” a peça, já que estariam em cima do palco com certa distância das crianças.

As portas se abriram e as crianças começaram a entrar... Os atores estavam na platéia, recebendo as crianças... A interação começou naquele momento, e que interação!

A peça começou. No primeiro minuto as crianças já começaram a interagir, e eu, lá do fundo da platéia, chorei e me emocionei, não pelas crianças, mas sim por nós, que estamos ali, acreditando no nosso potencial artístico e que mesmo em cima do palco não perdemos o rumo da nossa pesquisa. Chorei pela entrega dos atores, chorei pela troca, chorei por ter escolhido essa profissão tão tarde na minha vida e que não me arrependo nem um minuto sequer e agora choro escrevendo para o blog, pois mesmo na frente do computador consigo reviver todos os momentos dessa troca com o público.

Assusto-me todos os dias com o rumo que nosso grupo e nossa pesquisa estão tomando, um susto bom, de algo que sempre esperamos e que agora chega com tanta força.

Neste dia tivemos 375 crianças de 06 a 10 anos vivenciando a peça com a gente e posso afirmar que eles vivenciam de verdade, falam, gritam, pedem para serem atores no meio da peça.

Lembrei de um encontro com o autor Luiz Alberto de Abreu, em que ele disse que o palco italiano nunca distanciou a platéia, mas sim que nós mesmos é que montamos as nossas peças sem lembrar que a platéia faz parte do jogo teatral. Primeiramente ouvi essa citação com desconfiança... Mas nesse dia 16/05 no CEU MENINOS comprovei que isso é a mais pura verdade. Para nós o palco teve efeito contrário, nunca tivemos as crianças tão vivas!!!

E nós, é claro, tão vivos quanto elas!


Texto de Tatiana Rehder, diretora do espetáculo

terça-feira, 19 de maio de 2009

AS ARTE-EDUCADORAS



Todos os dias após as oficinas, nos encontramos numa loja de conveniência de um posto de gasolina para trocar experiências.

Nem preciso dizer que a bagunça é geral: imagine 08 mulheres juntas, falando loucamente sobre suas experiências com as aulas, sobre os alunos, sobre educação, sobre as dores e as delícias de ensinar teatro para essas queridas crianças de Heliópolis.


É engraçado como todo dia uma nova atmosfera se instala nesses encontros/reuniões. Cada dia é uma que sai frustrada ou alegre ou orgulhosa. Cada dia uma tem uma história melhor que a outra para contar sobre os comentários e reações dos alunos. Mas todas têm uma sensação em comum: a visível melhora das crianças a cada aula dada. Cada dia saímos de Heliópolis com a certeza que a arte é realmente capaz de transformar vidas, conceitos e atitudes. As dos alunos e as nossas. É uma troca, uma via de mão dupla.

Há muito trabalho a ser feito, afinal, estamos apenas começando. Estamos trilhando um caminho, tortuoso, prazeroso e compensador.



ARTE-EDUCADORAS DAS OFICINAS DE TEATRO DE HELIÓPOLIS
(da esquerda para a direita) Isadora, Tati, Tatjana, Verônica, Marília, Marcela, Andréa e Camila



terça-feira, 12 de maio de 2009

OFICINA CCCA IMPERADOR - RELATO DE UMA PROFESSORA ORGULHOSA

A oficina para o CCCA Imperador é ministrada no CCCA Heliópolis, que gentilmente cede seu espaço e ainda fornece o almoço delicioso dessa professora que aqui vos fala.

Começamos falando desse almoço: Cozinha limpíssima, pratos deliciosos e balanceados (sempre legumes, saladas, arroz, feijão, uma carne, suco natural e frutas) e funcionárias muito atenciosas!!!

Agora falando da sala de aula: uma sala enorme, espaçosa e limpa, perfeita para crianças deitarem, rolarem e correrem...


Agora vem o principal: falemos das crianças, dos alunos: Uma turma composta por 12 crianças de 08 a 11 anos, super inteligentes, espertas, educadas e carinhosas. Loucas para fazer teatro. Chegam na sala de aula com um sorriso enorme e muitos abraços e animação. Fazem tudo que é proposto com alegria, estão super avançados nos conceitos de teatro, são rápidos, tem capacidade de abstração, de improvisação, de cena, personagem... Enfim: um deleite para essa professora orgulhosa e coruja!
Tenho até uma super assistente, Mariele, uma garota de 14 anos que resolveu somente assistir às aulas. Mas desde o primeiro dia convidei-a para me ajudar e ela agora dá aulas junto comigo. Estou tentando convencê-la a fazer teatro numa turma para a idade dela e continuar me ajudando. Quem sabe não estamos diante de uma futura arte-educadora?

A aula, que passa num piscar de olhos, é finalizada com troca de palavras e sensações sobre o que foi dado. Algumas frases marcantes:

"Hoje aprendemos a usar nossa criatividade"
"Teatro é maravilhoso"
"Estamos aprendendo coisas novas todos os dias"

Estou errada de ter tanto orgulho????


ALUNOS EM CENA

RODA DE FINALIZAÇÃO DA AULA

ARTE-EDUCADORA MARÍLIA E TURMA

APRESENTAÇÃO DE 12 DE MAIO DE 2009 - CEU BRISTOL

Novamente nos apresentamos no CEU Bristol, para as 8ªa séries. Fomos igualmente bem recebidos pela equipe, com um lindo café da manhã e um camarim montado especialmente para nós. Arrumamos o cenário e nos aprontamos às pressas, pois o público (+ ou - 125 pessoas, entre adolescentes, professores e funcionários do CEU) já estava à nossa espera no local de apresentação, o refeitório do CEU. Enquanto nos preparávamos, o nosso músico, Fábio Freire, foi aquecendo a platéia com música e brincadeiras.

A cada dia temos uma nova experiência de acordo com a platéia que nos assiste. A de hoje era um tanto dispersa e parecia não estar muito interessada em assistir ao espetáculo, mas aos poucos foram entrando na história e interagiram bastante com os atores e com a trama. Durante o espetáculo, alguns adolescentes foram conquistados e levados por nós a interagir e opinar. No final, dois deles vieram pedir para participar da peça. Resultado: daqui duas semanas, na nossa próxima apresentação neste CEU, eles farão uma participação especial na cena do baile do castelo. Um ganho enorme para nós! uma alegria por termos conquistado alguns corações!!!!

Escrevo esse relato para mostrar que nem tudo são flores, nem toda platéia estará sempre 100% receptiva, nunca seremos unanimidade, como toda arte nunca será. Mas é sempre MUITO gratificante ver a trajetória de reações da platéia, da vaia ao aplauso, do desrespeito ao respeito, do barulho ao silêncio, da cara amarrada ao sorriso, do silêncio à interação. Para nós, atores e diretora, é o que nos move, o que nos torna artistas vivos. Estamos aprendendo a lidar com nosso ego e agora, com a falta dele. Nada mais real do que uma platéia composta por pessoas que não estão lá somente para nos aplaudir, mas sim para dar sua opinião sincera. E é esse público que realmente interessa para nós. É o que nos torna artistas de verdade, não em busca de aprovação sempre, mas sim da reação verdadeira e orgânica que nosso espetáculo pode causar em quem quer que nos assista.

FÁBIO FREIRE (MÚSICO) AQUECENDO A PLATÉIA

CENA DA PEÇA (ATOR: MAIRUN SEVÁ) E PLATÉIA

OS DOIS GAROTOS QUE FARÃO PARTICIPAÇÃO ESPECIAL NO ESPETÁCULO
COMBINANDO O ENSAIO COM A DIRETORA E COM O COORDENADOR DO CEU

ATORES ARRUMANDO O CENÁRIO

PLATÉIA 8ªS SÉRIES, BLACAMAN (TATJANA EIVAZIAN) E O VIOLÃO DE FÁBIO FREIRE


quinta-feira, 7 de maio de 2009

FOTOS DA OFICINA CCCA 120



OFICINA DE TEATRO CCCA 120


ARTE EDUCADORAS: TATJANA EIVAZIAN E VERÔNICA GENTILIN



APRESENTAÇÃO DE 05 DE MAIO DE 2009 - CEU BRISTOL



PLATÉIA CEU BRISTOL



Chegamos ao CEU BRISTOL e fomos extremamente bem recebidos, por uma equipe muito atenciosa e um super café da manhã, além de um camarim especialmente criado para o grupo!
Apresentamos o espetáculo para as 5ªs e 6ªs séries (11 e 12 anos). Foi uma troca muito boa, o espaço de apresentações (refeitório do CEU BRISTOL) era muito grande e pudemos ampliar nosso "Palco" (três linóleos xadrez), aumentando também a troca de energia com toda a platéia.
Durante o espetáculo algumas pessoas que passavam pelo lado de fora do refeitório paravam e assistiam pela janela!!
Temos mais duas apresentações marcadas para esse CEU, que além de muito organizado, é muito bem estruturado, espaçoso e arejado...
Agradecemos à equipe do CEU BRISTOL por ter nos recebido tão bem... nos sentimos em casa!



ATRIZ ISADORA SE PREPARANDO E CAFÉ DA MANHÃ SERVIDO AO GRUPO

ATORES AQUECENDO A VOZ SOB COMANDO DE FÁBIO FREIRE

PLATÉIA ASSISTINDO AO ESPETÁCULO PELA JANELA